domingo, 30 de março de 2014
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Vernacular, sustentável e o melhor, aceitável pelos padrões modernos
Neste bom artigo do 'architizer', inúmeros exemplos de edificações de alto nível utilizando a secular técnica de taipa de pilão.
É essa exatamente a proposta desse blog: resgatar antigas 'ecotécnicas' e difundí-las na prática moderna.
Em todo o mundo, projetistas conscientes estão cada vez mais convencidos de que as construções atuais impactam negativamente o ambiente e que o uso parcimonioso dos esparsos recursos naturais é uma obrigação de todos.
Existe atualmente um vasto arsenal tecnológico à disposição, que vão desde novas técnicas passivas, isto é, sem dispêndio de energia, até consideração daquelas práticas construtivas esquecidas do passado.
Basta que o arquiteto ou o engenheiro escolha a combinação delas mais adequadas a cada programa, local e clima específicos.
Esta nova arquitetura atualmente não responde por um nome só. É chamada de arquitetura sustentável, arquitetura verde, eco-arquitetura, etc, etc. Mas isto é apenas uma questão de rótulo, o objetivo maior que norteia estas escolas é o mesmo, o da preservação da nossa espécie.
Conheça os projetos no website do architizer.com:
Rammed-Earth: Sustainable Design's Eco-Chic Flower Child
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Uma cidade da música em forma de navio deverá ser 'lançada' ao rio Sena na na ponta da ilha Seguin em 2016
O projeto foi o vencedor de concorrência internacional para uma nova Cité Musicale para o sudeste de Paris. Esse conjunto arquitetônico abrigará uma sala
com 1.100 lugares e um auditório modular para 6.000 espectadores, além de salas
para ensaio e gravação. Um magnífico teto verde e uma estrutura oval lembrando um ninho de pássaros determinam a identidade arquitetônica desta cidade da música de autoria do japonês Shigeru Ban associado ao francês Jean de Gastines.
A vela se move seguindo a elíptica
A parte discussões estéticas que deverá suscitar a ideia dessa imensa nave ancorada em pleno Sena, o projeto demonstra algumas preocupações com a questão ambiental. Além do teto verde abobadado, uma vela envolve parte do edifício - uma estrutura metálica que se vê nas fotos acima - suportando painéis fotovoltaicos e que se move seguindo o sol, maximizando a captação de luz.
Como envoltória ao edifício foi selecionado um material renovável, treliças de madeira - para a estrutura geométrica reticulada característica de Shigeru Ban - que suporta uma pele arredondada transparente e que configura um microclima preenchido de luz.
quinta-feira, 18 de abril de 2013
Lá como Cá...
Já
vi esta história em algum lugar. Infelizmente é assim que a banda toca.
Os especuladores do setor da construção estão mesmo entre os grandes vilões da nossa época.
Um pouco conhecido Frank Lloyd Wright - por quem os americanos tem um verdadeiro xodó - foi no início do mês deletado da face da terra antes que houvesse tempo para qualquer oposição. Durante seis décadas este showroom de carros de luxo, cujo maior traço era uma rampa hoje familiar por ter sido elevada a atributo principal da mais célebre obra de Wright em NY: o Museu Guggenheim. Esta construção podia ser vista na esquina da Park Avenue com a Rua 56. Foi o primeiro dos três únicos projetos do mestre modernista na cidade.
O espaço esteve alugado para a Mercedes Benz desde 1957 até o final de 2012, quando o contrato expirou. A ironia é que os proprietário foram procurados em 22 de março deste ano de 2013 por uma instância do Patrimônio americano que tinha intenção de formalizar o tombamento do showroom. Não houve tempo. A edificação foi demolida logo depois em algum momento entre 28 de março e 3 de abril. Eficientes este americanos. Segundo consta em 28 de março o Departamento de Edificações de NY recebeu um pedido de licença para demolição, o que foi aprovado no mesmo dia. Uma semana mais tarde poucos vestígios restavam do espaço. A posição oficial é que um lamentável descompasso entre os setores do patrimônio e obras foi o que selou a condenação do quase monumento. Bom, então tá.
O ser humano é absurdamente tedioso em suas vilanias, em qualquer lugar do planeta. 'Naughty boys'.
Os especuladores do setor da construção estão mesmo entre os grandes vilões da nossa época.
Um pouco conhecido Frank Lloyd Wright - por quem os americanos tem um verdadeiro xodó - foi no início do mês deletado da face da terra antes que houvesse tempo para qualquer oposição. Durante seis décadas este showroom de carros de luxo, cujo maior traço era uma rampa hoje familiar por ter sido elevada a atributo principal da mais célebre obra de Wright em NY: o Museu Guggenheim. Esta construção podia ser vista na esquina da Park Avenue com a Rua 56. Foi o primeiro dos três únicos projetos do mestre modernista na cidade.
O espaço esteve alugado para a Mercedes Benz desde 1957 até o final de 2012, quando o contrato expirou. A ironia é que os proprietário foram procurados em 22 de março deste ano de 2013 por uma instância do Patrimônio americano que tinha intenção de formalizar o tombamento do showroom. Não houve tempo. A edificação foi demolida logo depois em algum momento entre 28 de março e 3 de abril. Eficientes este americanos. Segundo consta em 28 de março o Departamento de Edificações de NY recebeu um pedido de licença para demolição, o que foi aprovado no mesmo dia. Uma semana mais tarde poucos vestígios restavam do espaço. A posição oficial é que um lamentável descompasso entre os setores do patrimônio e obras foi o que selou a condenação do quase monumento. Bom, então tá.
O ser humano é absurdamente tedioso em suas vilanias, em qualquer lugar do planeta. 'Naughty boys'.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Em 2011, Pé na Valsa !!

Este blog está ficando bissexto demais para meu gosto. Espero que 2011 eu caia na dança e finalmente consiga me tornar mais assíduo por estas bandas. Cair na dança é o que desejo também para todos os que por aqui aportarem, mesmo aqueles só de passagem. Mas advirto que este 'cair na dança' não é para ser tomado só literalmente. Também é, mas principalmente deve ser entendido como o momento em que todos os seus desejos sejam concretizados, sua importância na vida reconhecida, enfim, o ponto na trajetória do tempo-espaço em que cada um de vocês encontre seu lugar ao sol. Isto vale também para aqueles já bem estabelecidos. Um ótimo 2011 para todos nós é o que eu desejo!
Quis fazer um cartão diferente e não totalmente ligado ao tema do blog. Mas reparem que as cores dominantes remetem ao adobe, ícone importante da sustentabilidade. Para inspirar-me comecei a folhear velhas publicações até que encontrei esta xilografia do suiço Felix Vallotton, impressa num catálogo de uma exposição no Museu Nacional de Belas Artes, acontecida no Rio, em 1987. As pessoas dançam sideradas como se a vida consistisse naquele ato, comprovando o poder de transcendência da música. Olhem a expressão no rosto dos dançarinos. Que maravilha de imagem, que fantástico gravador. Era o que precisava, e em torno dela fui agregando imagens e pensamentos, estes últimos retirados posteriormente da imagem, para melhor legibilidade. Transcrevo estes textos aqui, no mesmo formato em que apareceram no desenho original. Estes textos foram 'psicografados' de mentes que considero pertencer à alta hierarquia celestial, um santo, Agostinho, e um anjo, o poeta Mário Quintana. Estabelecido o domínio onde fui buscar minha inspiração, cito ainda como colaborador involuntário, o Arcanjo Toulouse Lautrec, além deste divino Valloton, cuja obra deveria ser melhor divulgada entre nós. Os Querubins dançarinos sairam todos do livro 'Jazz' de John Fordham, editora DK, London.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Simplificando a Vida em 2010
Simplificar a vida! Este conceito esteve muito em voga após a publicação de um livro de Elaine St. James, que lista uma série de ações que a ajudaram e a seu marido a melhorar sua qualidade de vida. Apesar de St. James acertar em alguns movimentos necessários ao perfeito equilíbrio homem-natureza, o todo cheira um pouco a auto-ajuda, o que é mau, pois generaliza atitudes que devem ser individuais, assumidas segundo o papel de cada um na sociedade em que vivemos. Para mim simplificar a vida significa aumentar a consciência de quem somos e porque somos, pensamos e agimos assim, e à partir deste conhecimento assumir as decisões corretas, fazer escolhas alinhadas com o nosso eu interior e em total harmonia com a natureza. Decisões acertadas, simples, pacíficas, sem competições com quem quer que seja.
Mas St. James aborda uma assunto que me fez lembrar Spinoza, quando coloca que ‘existe uma crença(sic) estabelecida de que se deve ter um carro cada vez maior, uma casa idem e que férias boas são aquelas onde se vai mais longe de nossa casa e que por causa disto, cada vez trabalhamos mais para conseguir aquilo que não temos tempo de desfrutar.’
Spinoza, o filósofo e fabricante de lentes óticas, que tirava deste último ofício o suficiente para uma vida simples e frugal que ele encorajava nos seus escritos e que lhe permitia tão somente - o que é
muito, se considerarmos o quase sempre ubiquos ‘less is more’ de Mies- se sentir livre de compromissos e dívidas. Ele afirmava que tudo na vida é passivo de transformações e que todas as coisas que ocorrem ao homem são "bens" ou "males" na exata medida em que este se deixa estimular por elas. O negócio é chegar a uma nova maneira de viver, onde se compreenda o mecanismo destes estímulos livrando-nos de desejos supérfluos relacionados a matéria e que nos são impostos no dia a dia, permitindo-nos opor-se a eles e nos concentrar em objetivos mais elevados. Spinoza enfatiza que riquezas e honras, por exemplo, são importantes apenas se forem vistas como intrumentos para se atingir uma felicidade maior. Senão, elas absorvem nosso espírito e nos enclausulam num círculo vicioso de ter mais riquezas e honras, impedido-nos até mesmo de usufruir do que já foi conquistado. Para Spinosa a forma correta de viver em harmonia e em equilíbrio é aquela que nos leva a viver de acordo com a harmonia maior da natureza, com aquela alegria fundamental que nos concede o poder de um pensar feliz, pacífico e sem culpas. Isto passa por reconhecer que estamos automatizados, condicionados a modelos que na realidade são sinônimos de sofrimento, onde não podemos exprimir nossa individualidade e onde não passamos de uma peça conveniente para a sociedade.
Bom, isto tudo é a base filosófica do nosso tema. Mas por favor! O homem vem realmente assumindo posturas cada vez mais idiotizantes. Como um cidadão pode pensar que ele tem o direito de todo o dia, entrar no seu automóvel na garagem de sua casa, circular livremente pelas vias públicas, e ainda por cima na velocidade que lhe aprouver, chegar no trabalho e estacionar tranquilamente na porta de seu escritório? Esta falácia tem que ser urgentemente removida da mente das pessoas. Por que não o fazemos? Estamos esperando chegar à situação como a descrita no conto ‘Auto-Estrada do Sul’ de Julio Cortázar? Neste conto publicado no livro Todos os Fogos o Fogo, de 1966, há um engarrafamento monstruoso que dura dias a fio, e é um relato típico da obra de Cortázar, sempre buscando a redescoberta do sentido humano, perdido neste mundo contraditório. Parece-me que há uma forte possibilidade da vida imitar a ficção. Aguardemos, ou, muito melhor, vamos arregaçar as mangas e nos por a trabalhar duro antes que cheguemos finalmente a este mundo caótico e perturbador.
E na arquitetura, na construção civil, é a mesma coisa. O homem levou séculos para aperfeiçoar os métodos construtivos de sua morada, adequando-a ás condições climáticas locais e veio e o Estilo Internacional com a noção de que os preceitos da arquitetura moderna seguiam uma linha única, divulgando e reproduzindo pelo mundo um modelo arquitetônico de aplicação supostamente universal. Um dos princípios básicos estabelecidos foi o de rejeitar toda a arquitetura anterior ao movimento, o que aliado à abundância energética do pós guerra, resultou num modelo arquitetônico campeão em desperdício energético. Mas isto é uma outra história...
Apesar de tudo ainda acredito e desejo para todos um ótimo 2010!
Mas St. James aborda uma assunto que me fez lembrar Spinoza, quando coloca que ‘existe uma crença(sic) estabelecida de que se deve ter um carro cada vez maior, uma casa idem e que férias boas são aquelas onde se vai mais longe de nossa casa e que por causa disto, cada vez trabalhamos mais para conseguir aquilo que não temos tempo de desfrutar.’
Spinoza, o filósofo e fabricante de lentes óticas, que tirava deste último ofício o suficiente para uma vida simples e frugal que ele encorajava nos seus escritos e que lhe permitia tão somente - o que é
muito, se considerarmos o quase sempre ubiquos ‘less is more’ de Mies- se sentir livre de compromissos e dívidas. Ele afirmava que tudo na vida é passivo de transformações e que todas as coisas que ocorrem ao homem são "bens" ou "males" na exata medida em que este se deixa estimular por elas. O negócio é chegar a uma nova maneira de viver, onde se compreenda o mecanismo destes estímulos livrando-nos de desejos supérfluos relacionados a matéria e que nos são impostos no dia a dia, permitindo-nos opor-se a eles e nos concentrar em objetivos mais elevados. Spinoza enfatiza que riquezas e honras, por exemplo, são importantes apenas se forem vistas como intrumentos para se atingir uma felicidade maior. Senão, elas absorvem nosso espírito e nos enclausulam num círculo vicioso de ter mais riquezas e honras, impedido-nos até mesmo de usufruir do que já foi conquistado. Para Spinosa a forma correta de viver em harmonia e em equilíbrio é aquela que nos leva a viver de acordo com a harmonia maior da natureza, com aquela alegria fundamental que nos concede o poder de um pensar feliz, pacífico e sem culpas. Isto passa por reconhecer que estamos automatizados, condicionados a modelos que na realidade são sinônimos de sofrimento, onde não podemos exprimir nossa individualidade e onde não passamos de uma peça conveniente para a sociedade.
Bom, isto tudo é a base filosófica do nosso tema. Mas por favor! O homem vem realmente assumindo posturas cada vez mais idiotizantes. Como um cidadão pode pensar que ele tem o direito de todo o dia, entrar no seu automóvel na garagem de sua casa, circular livremente pelas vias públicas, e ainda por cima na velocidade que lhe aprouver, chegar no trabalho e estacionar tranquilamente na porta de seu escritório? Esta falácia tem que ser urgentemente removida da mente das pessoas. Por que não o fazemos? Estamos esperando chegar à situação como a descrita no conto ‘Auto-Estrada do Sul’ de Julio Cortázar? Neste conto publicado no livro Todos os Fogos o Fogo, de 1966, há um engarrafamento monstruoso que dura dias a fio, e é um relato típico da obra de Cortázar, sempre buscando a redescoberta do sentido humano, perdido neste mundo contraditório. Parece-me que há uma forte possibilidade da vida imitar a ficção. Aguardemos, ou, muito melhor, vamos arregaçar as mangas e nos por a trabalhar duro antes que cheguemos finalmente a este mundo caótico e perturbador.
E na arquitetura, na construção civil, é a mesma coisa. O homem levou séculos para aperfeiçoar os métodos construtivos de sua morada, adequando-a ás condições climáticas locais e veio e o Estilo Internacional com a noção de que os preceitos da arquitetura moderna seguiam uma linha única, divulgando e reproduzindo pelo mundo um modelo arquitetônico de aplicação supostamente universal. Um dos princípios básicos estabelecidos foi o de rejeitar toda a arquitetura anterior ao movimento, o que aliado à abundância energética do pós guerra, resultou num modelo arquitetônico campeão em desperdício energético. Mas isto é uma outra história...
Apesar de tudo ainda acredito e desejo para todos um ótimo 2010!
PS.: A foto que ilustra o post é de uma casa de adobe centenária, moradia do Sr. Battaglia um pequeno produtor rural no interior do município de Paty do Alferes (RJ). Ele diz que quando nasceu ela já existia e na sua infância nela funcionava o armazém local. Ele tem cerca de 90 anos. Repare como o adobe se encontra em perfeito estado. O emboço é que não se sustenta, mas isto é por falta de informação. Ele andou utilizando cimento portland para revestir o adobe, e isto é um erro. É o que eu digo, as técnicas vernaculares foram descartadas e mesmo os contemporâneos delas não se lembram. Por outro lado vejam a preocupação com a reciclagem: as latas aproveitadas como vasos e jardineiras. Fantástico o cuidado demonstrado com as pequenas coisas.
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